quinta-feira, 18 de junho de 2009

E o bicho tá pegando lá no Irã...


Finalmente, depois de muita luta da população iraniana, que foi às ruas protestar contra a fraudulenta reeleição do presidente Ahmadinejad, o Conselho dos Guardiões ofereceu um diálogo com os 3 candidatos derrotados nas eleições.

Este encontro acontecerá no próximo sábado (20) e será palco de discussões acerca das queixas feitas pelos opositores do presidente. Segundo um porta-voz do Conselho, os 12 integrantes do organismo começaram a examinar cuidadosamente um total de 646 queixas submetidas em conexão com a eleição de 12 de junho passado. Em uma proposta que foi rejeitada pelo líder da oposição, o reformista Mir Hossein Mousavi, o Conselho aceitou fazer a recontagem parcial dos votos do pleito, somente das urnas contestadas.

O mais gozado disso tudo é o monte de contradições que há nessa cultura muçulmana. Mulher não mostra o rosto, homem não pode beber, tem até homem-bomba lutando pela causa de Allah. É muita rigidez, muita "coerência". Quero só ver se na hora H os aiatolás do Conselho vão fazer jus à tão "sólida" ética muçulmana e punir toda essa corrupção desenfreada.

Esse Ahmadinejad, além de não estudar história, é maluco e ainda por cima corrupto? Aí já é demais!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Jovem dalit morre na Índia após ser rejeitado em hospital

O indiano Anil Kumar, 18, morreu nesta segunda-feira depois de ser recusado em um hospital público por pertencer à casta dalit, ou "intocável", excluída do sistema social hindu, informou a polícia.

De acordo com a agência indiana de notícias Ians, o jovem foi transportado para um hospital do distrito de Hamirpur, na região de Uttar, no norte do país, depois de levar um forte choque e sofrer queimaduras. No hospital, os médicos obrigaram a família a retirar o jovem, alegando que o centro hospitalar não "tratava pacientes de castas baixas".

Esse Oriente tão distante de nós é realmente muito estranho. Aos olhos de um mero ocidental, é estranho mesmo. Se alguém me contasse esse acontecimento, eu relutaria em acreditar. É inconcebível que um cidadão de um país seja rejeitado em um hospital e acabe morrendo. Isso transgride o âmbito das organizações sociais e agride parâmetros éticos da vivência em comunidade. Falta compaixão. Falta sentimento humano.

Enquanto a gente fica sentado assistindo a novela nossa de cada dia, tem gente na Índia morrendo por terem médicos que se recusam a fazer o seu trabalho. A sociedade de castas é um tema muito delicado, embora tenha servido de pano de fundo para os romances mirabolantes das novelinhas da Globo.

Com tanta repercussão e notabilidade nacional e internacional, abordar temas polêmicos como esse e não elaborar um trabalho educativo é burrice. Desperdiça-se a chance de prender a atenção do telespectador com algo realmente produtivo, que diz respeito às diferentes realidades do mundo em que vivemos.

Infelizmente, a alienação é mais lucrativa. Afinal, quem se importa com um bando de lixeiros do outro lado do mundo?

domingo, 14 de junho de 2009

Ahmadinejad (o insano presidente) é reeleito no Irã


Acredite se quiser, mas... o pior aconteceu!

O ditador iraniano, aquele louco que negou o holocausto foi reeleito presidente com 62,6% dos votos, contra 33,75% obtidos por Mousavi, que classificou a vitória de uma "piada perigosa", que "pode abalar os pilares da República Islâmica e levar à tirania".

Mousavi fez uma solicitação formal ao Conselho de Guardiões de cancelamento das eleições, alegando a ocorrência de fraudes no processo eleitoral. O grande problema é que estamos falando de um Estado muçulmano, cujo autoridade máxima é o aiatolá Ali Khamenei (líder do Conselho). Este pediu que o resultado oficial da eleição fosse respeitado. O presidente eleito, evidentemente, negou a existência de qualquer fraude.

Manifestantes foram às ruas ontem e hoje protestar contra a reeleição de Ahmadinejad. As manifestações foram punidas com violência por parte da polícia. Número oficiais indicam 60 feridos, porém dados cedidos pela oposição indicam mais de 100 feridos.

E o mundo continua apreensivo. Vai lá saber quais as pretensões nucleares desse infeliz. Tem horas que dá até uma saudade do Bush, o ex-presidente pitbull. Com certeza ele iria mandar que caçassem e prendessem esse maluquinho iraniano em qualquer buraco que fosse. Um enforcamentozinho em praça pública também cairia bem...

Calma, calma. Tava só brincando!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Discurso antológico de Obama no Egito

Tardei mas não falhei. Tava difícil encontrar o vídeo do histórico discurso de Barack Obama em português, mas consegui.

Na última quinta-feira (4), Obama discursou em uma universidade do Cairo, no Egito, para um público de 3 mil pessoas. A tônica principal do discurso foi a questão da relação entre os Estados Unidos e os povos muçulmanos. Obama falou em melhorar essa relação, "recomeçar do zero".

Embora o discurso seja longo, gostaria que, quem puder, tirasse uma horinha do seu dia e assistisse. Vale a pena, o discurso é antológico!

Clique aqui e assista ao discurso de Obama na íntegra: http://www.teclasap.com.br/blog/2009/06/05/discurso-de-barack-obama-no-egito/

sábado, 30 de maio de 2009

Irã enforca três homens em praça pública


Neste sábado (30), o Estado Teocrático do Irã enforcou três homens acusados de envolvimento em atentado à mesquita. O ato terrorista culminou na morte de cerca de 20 pessoas na última quinta-feira. Os terroristas admitiram o fornecimento dos explosivos usados no atentado.

Segundo a agência de notícias oficial, o processo judicial foi regular, ou seja, as execuções foram legais. De fato, eles foram responsáveis pela morte de pessoas inocentes, o que não poderia passar impune. Mas será também papel da justiça legitimar execuções em plena praça pública? A Justiça deve trabalhar em função de uma ideologia ou estar acima de todas assegurando a paz e a vida em sociedade? O Estado tem o direito de espetacularizar a morte com a finalidade de “educar” o seu povo? São questionamentos que fogem à minha compreensão. Ainda não consegui elucidar o que é de fato benéfico e construtivo para a humanidade. Mas posso afirmar com bastante convicção que um enforcamento não é uma atitude a serviço do bem. A justiça dos homens se sustenta em leis que não asseguram a verdade e a igualdade. Fazemos justiça tendo como parâmetro nossa educação e nossa cultura e não em função de uma verdade universal (ainda não a deciframos). É por isso que a execução constitui uma punição sem resultado comprovado, tendo como único senso de justiça a raiva coletiva.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Potências (finalmente) apoiam a expansão das sanções à Coréia do Norte



Numa reunião entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, China Rússia, Reino Unido e França - juntamente com Japão e Coréia do Sul, foram aprovados métodos para expandir as sanções em represália à Coréia do Norte. Expandir sanções significa tomar atitudes que ajudem a conter a delicada situação. Ficou decidido o estabelecimento de um embargo às importações de armas pelo país e o congelamento de fundos adicionais de pessoas ou empresas norte-coreanas no exterior. Fica proibido, também, a realização de qualquer operação bancária pelo país.

O mundo viveu dias de apreensão. Enquanto não se falou de alguma medida tomada pelas lideranças mundiais contra os malditos testes nucleares, imperou a angústia de não saber o quão grave podia ficar a situação.

Marx e Engels com certeza não ficariam felizes em assistir todo esse espetáculo de horror protagonizado por um país que se diz comunista. Apenas se diz. O socialismo busca o equilíbrio de forças, exatamente o oposto do caos diplomático promovido pelos testes norte-coreanos. Ficou muito clara a intenção da Coréia do Norte de mostrar ao mundo que não se importa com o papo furado da ONU de prezar pelo "equilíbrio político mundial". Muito pelo contrário, as comemorações pelo sucesso dos testes nucleares explicitam a ideologia armamentista dos norte-coreanos, que vêem no poderio militar uma forma de afirmação de poder e soberania. Mera cegueira ideológica.

Ao presidente da Coréia do Norte, Kim Jong-il, o nosso repúdio. Suas atitudes acabam por acentuar o isolamento do seu país em relação à comunidade internacional, despontando da atual situação de suavização diplomática que vive o mundo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Relatório confirma abusos de milhares de crianças cometidos por membros da Igreja Católica da Irlanda

Confesso que relutei em postar essa notícia, fiquei com receio de acharem que está havendo alguma campanha anti-católica aqui no blog! O grande problema (?) é a coincidência de estarem surgindo notícias curiosas/absurdas envolvendo essa tão estimada instituição. Notícias, essas, dignas de posts e discussões.

A matéria é do Jornal O Globo Online: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/05/20/relatorio-confirma-abuso-de-milhares-de-criancas-por-parte-da-igreja-catolica-da-irlanda-755949622.asp

Leiam e reflitam!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Xenofobismo: agressão ou defesa?

Muito se fala sobre xenofobismo no mundo contemporâneo. Geralmente, este assunto é abordado pelos veículos de comunicação quando pessoas (de países subdesenvolvidos) passam por situações constrangedoras na tentativa de entrar em países do Primeiro Mundo. Deportações, estadias forçadas em aeroportos, humilhações. De fato, a análise do xenofobismo pelo viés das "vítimas" torna admissível o estabelcimento de relações entre as atitudes xenofóbicas e o preconceito e a discriminação racial. Mas não é só isso.

Existe, também, o contraponto dos países ditos xenófobos. No momento de crise econômica vivido pelo mundo, desemprego é o que não falta. São comuns notícias de grandes empresas falindo e demitindo funcionários à rodo. Ora, por que países que estão em crise deveriam deixar estrangeiros entrar e ocupar vagas de (sub)empregos? Sem contar que os subempregos estão ganhando espaço e servindo como válvula de escape para as empresas que não têm condições de pagar salários dignos. Acontece que imigrantes, vindos de países pobres e em busca de emprego, aceitam trabalhar em troca de qualquer salariozinho e submeter-se a condições precárias e ilegais de trabalho. As empresas, frágeis, empregam esses estrangeiros e contribuem para o aumento do número de desempregados do país.

É claro que nada disso justifica os maus tratos sofridos por pessoas que, muitas vezes, estão apenas passeando. O importante é não analisar tais situações apenas pelo lado emocional. Xenofobismo pode, sim, ser um ato de proteção à população, visando a garantia de empregos para os habitantes.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quase um filme de terror...


Estava assistindo ao canal The History Channel, hoje, e pude ver uma macabra história contada por eles. Aproveitando a deixa do post anterior, vou lhes relatar o que assisti, já que se tratam de terríveis acontecimentos envolvendo membros da Igreja.

O episódio contou a história do Papa Sergio III, eleito no ano de 904 d.C. - época conhecida como pornocracia. Ele fora casado com sua irmã, Marósia, que engravidou aos 15 anos. Dessa união nasceu o garoto que viria a ser, aos 20 anos, o Papa João XI. Há registros de que o Papa Sergio III assumiu o poder através de um golpe, que depôs o Papa (clandestino) Cristóvão e o Papa Leão V. Ao ser nomeado pontífice, decretou que ambos os papas deveriam ser mortos.

Não satisfeito, ordenou, depois de alguns anos, que exumassem o corpo de Leão V, limpassem e arrumassem o cadáver. Sergio III, no auge da sua loucura, iria realizar o julgamento do seu inimigo, digo, defunto de inimigo. Evidentemente, o réu fora considerado culpado e teve três dos seus dedos cortados como punição por supostos roubos.

Pelo menos o o Papa Sergio III não condenou-o à pena de morte...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Padre flagrado aos amassos em Miami Beach


Calma! Isso não é uma invasão dos tablóides americanos. Embora não se trate de fatos políticos, um padre garanhão dá muito pano pra manga...

Um dos padres mais populares dos Estados Unidos, Alberto Cutié, de Miami Beach, foi flagrado por paparazzi beijando na boca uma jovem em uma praia. As fotos, publicadas na revista de fofocas "TVNotas USA", mostram o sacerdote com uma mulher, ambos deitados na areia, em várias situações românticas. O padre, nascido em Porto Rico, mas de família cubana, tinha uma forte presença na mídia com um programa na televisão a cabo, uma coluna semanal no jornal "El Nuevo Herald" e um programa na Rádio Paz, a emissora católica da qual era diretor até a explosão do escândalo.

A revista TVNotas USA afirma ainda que, além das fotos, obteve um vídeo no qual o padre aparece "abraçando, beijando e colocando a mão dentro da parte de baixo do biquíni de uma mulher, em uma das praias de Miami". O vídeo não foi divulgado até o momento, mas canais de TV informaram que as imagens foram oferecidas por centenas de milhares de dólares.

O sacerdote disse estar apaixonado pela moça e lamentou por ter ferido o sentimento de seus paroquianos. Embora constrangido, ele afirma não estar arrependido dos seus atos e garantiu que o seu "serviço e a sua dedicação a Deus prosseguirão intactos". Cutié é defensor da vida em casal e critica publicamente o celibato.

A Santa Inquisição, felizmente, não existe mais. Transgressores como o Cutié certamente arderiam em chamas e serviriam de exemplo para os que, por ventura, ousassem deturpar a coerência divina. A postura crítica do padre garanhão, no entanto, ilustra o atual momento de fragilidade da Igreja Católica, que atravessa uma fase de contestações em relação à sua ética em determinados assuntos, como o aborto e o sexo.

Alberto Cutié foi sincero e honroso. Sinceramente, prefiro um padre que deite e role na areia de Miami Beach com sua amante a um pedófilo sem escrúpulos, nojento, capaz de fazer coisas abomináveis às escondidas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Seja mal-vindo!


A visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, nesta quarta (6) foi alvo de manifestações simultâneas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo organizadores, cada uma atraiu cerca de mil pessoas - entre membros da comunidade judaica e da fé bahá'í (perseguida no Irã), evangélicos, homossexuais e grupos de defesa dos direitos humanos e das mulheres. Em São Paulo, os protestos ocorreram na praça Marechal Cordeiro de Farias, perto da avenida Paulista. No Rio, em Ipanema, os manifestantes usaram o mote "senhor presidente, explique ao convidado" e falaram de temas como "direitos humanos", "respeito à mulher" e "liberdade sexual".

Esse tal de Ahmadinejad - acusado de assassinar líder curdo Abdorrahman Qassemlou num apartamento em Viena em 1981 - beira a insanidade mental. É revoltante que um líder político, em pleno século XXI, defenda opinões obsoletas, expondo-as internacionalmente e com a propriedade de quem fala sobre uma verdade absoluta. Ahmadinejad defende que relações homossexuais devem ser punidas com morte e que mulheres devem ser submissas aos ditames masculinos, humilhadas. Como se não bastasse, o infeliz ainda teve a coragem - pra não dizer audácia - de afirmar, na Conferência da ONU Antiracismo, que o holocausto não existiu efetivamente, negando um dos maiores massacres humanos da história, no qual morreram cerca de 6 milhões de judeus. Não são à toa, portanto, as manifestações de protesto contra o dito cujo. De fato, seria um pouco preocupante se houvesse interesse, por parte do presidente Lula, de estabelecer um intercâmbio acerca de questões sociais e políticas com Ahmadinejad. Os interesses, porém, são comerciais. Celso Amorim, diplomata nato, explicou os motivos da visita
do presidente iraniano ao Brasil e argumentou claramente em relação às manifestações: "Não deveria haver [críticas] porque na realidade nós temos relações com o Irã. O Irã é um grande país, que indiscutivelmente tem papel no Oriente Médio e é um parceiro. Não deixamos de dar nossas opiniões, publicamente o fizemos recentemente, de modo que não vejo preocupação. E, se com cada país com que discordamos de alguma coisa, não pudermos aceitar visitante aqui, vai ficar muito difícil, não vamos receber ninguém".

Desconsiderando a falta de credibilidade das falas de Ahmadinejad e sua radicalidade ideológica,
reivindações feitas por ele, acerca dos problemas gerados pelo conflitos entre judeus e palestinos suscitam uma questão delicada a ser discutida: a grave situação dos muçulmanos em meio à conturbada região da Palestina. Apesar de possuir um histórico de conflitos étnico-religiosos, os conflitos no Oriente Médio se agravaram no século XX, principalmente após a criação do Estado de Israel, em 1948, motivado pelo movimento sionista. Desde então, as diferenças e o ódio entre judeus e palestinos se acirraram. Os palestinos odiosos por terem sido expulsos de grande parte do território que ocupavam, tendo que abandonar suas casas e obrigados a se espremer em uma área muito reduzida, totalmente desproporcional em relação ao número de pessoas. Os judeus, por sua vez, cultivam o rancor de terem passado por diversos massacres e perseguições, forçados a se espalhar pelo mundo, amargando a ausência de um território onde pudesse ser fundado um Estado próprio. O grande disparate da situação é o fato de os israelenses contarem com o apoio dos EUA, desfrutando de ajudas militares, políticas e econômicas. Diante disso, os palestinos se encontram encurralados, enquanto Israel coloca em prática - superando as resistências - o seu plano de dominação territorial e expulsão dos muçulmanos da área. Para piorar a situação, os refugiados palestinos são um caso único. Eles não têm a proteção internacional que os demais refugiados recebem do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e já contabilizam-se cerca de 4 milhões de muçulmanos refugiados pelo mundo, principalmente nos países árabes vizinhos. Não satisfeitos com a condição de dominadores da situação no Oriente Médio, os israelenses construíram um muro quilométrico, separando as áreas judaicas e muçulmanas. É o ápice da segregação social.

Os palestinos estão desolados. Encurralados pelos judeus, eles não têm perspectivas de contar com lideranças políticas sólidas e reconhecidas internacionalmente, capazes de discutir diplomaticamente as questões do seu povo e atuar na resolução dos seus problemas sociais. Isso é comprovado pela recente eleição (democrática) do Hamas para governar a Palestina, que foi impedido de exercer o poder por ser considerado muito radical pelas autoridades israelenses - que mandam e desmandam no local. A humanidade insiste em lembrar dos palestinos apenas como fundamentalistas agressivos e mortais. O mundo tem esquecido de observar as questões humanas de todo esse conflito, e deixa-se levar facilmente pelas análises superficiais da mídia, totalmente condizentes com a ideologia americana e omissas em relação às reais condições de vida dos muçulmanos.

E quanto ao pateta iraniano, ele não vem mais na quarta-feira... Alá é grande!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fidel afiado


O ex-presidente cubano, Fidel Castro, acusou nesta quinta-feira o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de mentir para justificar a manutenção do embargo imposto à Cuba desde 1962 e de prosseguir com as políticas de seu antecessor, George W. Bush, em relação à ilha. Fidel também descartou qualquer possibilidade de introdução de uma "democracia capitalista" na ilha, mostrando-se descrente por mudanças na conjuntura política e econômica do país. Além disso, o ditador cubano definiu como delírio a discussão sobre o fim do embargo à Cuba e ironizou a abordagem desse assunto pela 5ª Cúpula das Américas. Essas críticas foram feitas por Fidel através de artigos publicados no Cubadebate, site destinado a discussões e troca de informações sobre a ilha.


É inegável a existência de uma atmosfera otimista em relação ao governo de Obama, repleta de esperanças e especulações acerca das decisões que serão tomadas por ele, capazes ou não de "resolver o problema do mundo". Evidente que tais decisões repercutirão na dinâmica político-econômica do planeta, mas o super-presidente idealizado como "salvador da Terra" está bem longe de se tornar real. As afirmações de Fidel servem como um alerta, pois líder cubano que é, possui credibilidade suficiente para afirmar sobre a manutenção de um embargo econômico tão significativo. Obama está, sim, exercendo uma política agregadora e amistosa, a fim de substituir a tirania do governo Bush por uma diplomacia que preza pela democracia nas decisões comerciais e políticas. Por outro lado, vivemos em um mundo essencialmente capitalista e é esperado que os EUA, maior potência mundial, defendam seus interesses econômicos e busquem - mesmo que discretamente - a manutenção do posto hegemônico de mediador das relações internacionais e líder das dinâmicas e dos lucros comerciais.

A expectativa por mudanças no mundo é algo cultivado por todos nós. Acredito que estamos caminhando, primeiramente, para mudanças ideológicas nas relações entre as pessoas e as nações. Nota-se o gradual desenvolvimento de uma consciência agregadora e cooperativa, por parte das potências dominantes, preocupadas em inserir os países periféricos nas discussões internacionais e cientes de que o desenvolvimento econômico do mundo depende diretamente desses países. Essa reciclagem ideológica é, portanto, o primeiro passo para que se trilhe mudanças efetivas na conjuntura social e econômica do planeta.

De nada adianta um super-presidente. Precisamos de líderes engajados, responsáveis, empáticos. Colocar-se no lugar do outro é um grande passo para a superação das desigualdades.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Cartão vermelho-coreano

Quatro agentes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e inspetores do governo dos EUA, encarregados de fiscalizar o programa nuclear norte-coreano, foram expulsos da Coréia do Norte, nesta terça-feira (14). Isso porque, para a ONU, o lançamento do foguete coreano Taepodong-2, no último dia 4, foi uma afronta às resoluções aprovadas pelo seu Conselho de Segurança. Tais resoluções proibiam a realização de "qualquer teste nuclear" e o lançamento de mísseis balísticos. Diante da afronta, a ONU aprovou uma represália contra a Coréia do Norte. O texto condenou o lançamento do foguete e reiterou a ordem para que a Coréia do Norte não realize mais lançamentos e "abandone todas as armas e programas nucleares existentes de uma forma total, comprovada e irreversível". O governo norte-coreano afirmou que a expulsão dos agentes fiscalizadores foi uma resposta à "injusta" represália aprovada pela ONU, uma vez que, segundo a Coréia do Norte, o foguete Taepodong-2 foi lançado com o intuito de instalar um satélite experimental de telecomunicações em órbita.

Por trás de toda a confusão instalada com expulsões e represálias, reside um ponto a ser observado: a credibilidade da ONU na manutenção do equilíbrio político e diplomático do mundo. Não pode ser vista com naturalidade a expulsão de agentes inspecionadores enviados por um órgão que representa a diplomacia entre as nações. De fato, esta diplomacia se mostra cada vez mais representativa e esse caso na CN é apenas mais um na extensa lista de descumprimentos de ordens e sanções estabelecidas pela Organização das Nações Unidas. Posto que alguns (poderosos) países têm poder de veto, e, consequentemente, defenderão seus interesses sempre que necessário, o tão importante equilíbrio político entre as nações torna-se mais uma utopia idealizada pelos oprimidos e "romancistas sociais".

Aos meros mortais, cabe a indignação e a dúvida de até quando as dinâmicas sociopolíticas e econômicas do mundo serão conduzidas por uma minoria egoísta, que leva à risca os ensinamentos capitalistas e esquece de assistir às questões humanas e cidadãs do nosso planeta.

Uma outra questão a ser refletida é o confronto entre o comunismo anacrônico do Norte e o capitalismo desenvolvimentista do Sul. O primeiro insiste em adotar políticas econômicas obsoletas, totalmente desajustadas em relação à ordem econômica do mundo, dando importância para o aprimoramento do poderio bélico e esquecendo questões sociais do seu povo, que sofre com a fome e a falta de educação. O segundo, por sua vez, vive uma fase de ascensão, contando com investimentos em políticas sociais e uma economia moderna, possibilitando aos sul-coreanos condições dignas de vida.

É preocupante a cegueira ideológica de determinados governantes, cujas ações interferem na vida de tantas pessoas inocentes. Desprezando os conceitos de afirmação da soberania territorial e política utilizados como justificativas para os investimentos bélicos, a única explicação plausível para tantos gastos com armas é o lucro gerado no comércio de equipamentos de guerra. É aí que está a grande contradição dos países ditos comunistas atualmente, que esquecem os conceitos de igualdade social e norteiam suas medidas financeiras em busca de lucros que não são transferidos para a população.