sábado, 30 de maio de 2009

Irã enforca três homens em praça pública


Neste sábado (30), o Estado Teocrático do Irã enforcou três homens acusados de envolvimento em atentado à mesquita. O ato terrorista culminou na morte de cerca de 20 pessoas na última quinta-feira. Os terroristas admitiram o fornecimento dos explosivos usados no atentado.

Segundo a agência de notícias oficial, o processo judicial foi regular, ou seja, as execuções foram legais. De fato, eles foram responsáveis pela morte de pessoas inocentes, o que não poderia passar impune. Mas será também papel da justiça legitimar execuções em plena praça pública? A Justiça deve trabalhar em função de uma ideologia ou estar acima de todas assegurando a paz e a vida em sociedade? O Estado tem o direito de espetacularizar a morte com a finalidade de “educar” o seu povo? São questionamentos que fogem à minha compreensão. Ainda não consegui elucidar o que é de fato benéfico e construtivo para a humanidade. Mas posso afirmar com bastante convicção que um enforcamento não é uma atitude a serviço do bem. A justiça dos homens se sustenta em leis que não asseguram a verdade e a igualdade. Fazemos justiça tendo como parâmetro nossa educação e nossa cultura e não em função de uma verdade universal (ainda não a deciframos). É por isso que a execução constitui uma punição sem resultado comprovado, tendo como único senso de justiça a raiva coletiva.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Potências (finalmente) apoiam a expansão das sanções à Coréia do Norte



Numa reunião entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, China Rússia, Reino Unido e França - juntamente com Japão e Coréia do Sul, foram aprovados métodos para expandir as sanções em represália à Coréia do Norte. Expandir sanções significa tomar atitudes que ajudem a conter a delicada situação. Ficou decidido o estabelecimento de um embargo às importações de armas pelo país e o congelamento de fundos adicionais de pessoas ou empresas norte-coreanas no exterior. Fica proibido, também, a realização de qualquer operação bancária pelo país.

O mundo viveu dias de apreensão. Enquanto não se falou de alguma medida tomada pelas lideranças mundiais contra os malditos testes nucleares, imperou a angústia de não saber o quão grave podia ficar a situação.

Marx e Engels com certeza não ficariam felizes em assistir todo esse espetáculo de horror protagonizado por um país que se diz comunista. Apenas se diz. O socialismo busca o equilíbrio de forças, exatamente o oposto do caos diplomático promovido pelos testes norte-coreanos. Ficou muito clara a intenção da Coréia do Norte de mostrar ao mundo que não se importa com o papo furado da ONU de prezar pelo "equilíbrio político mundial". Muito pelo contrário, as comemorações pelo sucesso dos testes nucleares explicitam a ideologia armamentista dos norte-coreanos, que vêem no poderio militar uma forma de afirmação de poder e soberania. Mera cegueira ideológica.

Ao presidente da Coréia do Norte, Kim Jong-il, o nosso repúdio. Suas atitudes acabam por acentuar o isolamento do seu país em relação à comunidade internacional, despontando da atual situação de suavização diplomática que vive o mundo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Relatório confirma abusos de milhares de crianças cometidos por membros da Igreja Católica da Irlanda

Confesso que relutei em postar essa notícia, fiquei com receio de acharem que está havendo alguma campanha anti-católica aqui no blog! O grande problema (?) é a coincidência de estarem surgindo notícias curiosas/absurdas envolvendo essa tão estimada instituição. Notícias, essas, dignas de posts e discussões.

A matéria é do Jornal O Globo Online: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/05/20/relatorio-confirma-abuso-de-milhares-de-criancas-por-parte-da-igreja-catolica-da-irlanda-755949622.asp

Leiam e reflitam!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Xenofobismo: agressão ou defesa?

Muito se fala sobre xenofobismo no mundo contemporâneo. Geralmente, este assunto é abordado pelos veículos de comunicação quando pessoas (de países subdesenvolvidos) passam por situações constrangedoras na tentativa de entrar em países do Primeiro Mundo. Deportações, estadias forçadas em aeroportos, humilhações. De fato, a análise do xenofobismo pelo viés das "vítimas" torna admissível o estabelcimento de relações entre as atitudes xenofóbicas e o preconceito e a discriminação racial. Mas não é só isso.

Existe, também, o contraponto dos países ditos xenófobos. No momento de crise econômica vivido pelo mundo, desemprego é o que não falta. São comuns notícias de grandes empresas falindo e demitindo funcionários à rodo. Ora, por que países que estão em crise deveriam deixar estrangeiros entrar e ocupar vagas de (sub)empregos? Sem contar que os subempregos estão ganhando espaço e servindo como válvula de escape para as empresas que não têm condições de pagar salários dignos. Acontece que imigrantes, vindos de países pobres e em busca de emprego, aceitam trabalhar em troca de qualquer salariozinho e submeter-se a condições precárias e ilegais de trabalho. As empresas, frágeis, empregam esses estrangeiros e contribuem para o aumento do número de desempregados do país.

É claro que nada disso justifica os maus tratos sofridos por pessoas que, muitas vezes, estão apenas passeando. O importante é não analisar tais situações apenas pelo lado emocional. Xenofobismo pode, sim, ser um ato de proteção à população, visando a garantia de empregos para os habitantes.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quase um filme de terror...


Estava assistindo ao canal The History Channel, hoje, e pude ver uma macabra história contada por eles. Aproveitando a deixa do post anterior, vou lhes relatar o que assisti, já que se tratam de terríveis acontecimentos envolvendo membros da Igreja.

O episódio contou a história do Papa Sergio III, eleito no ano de 904 d.C. - época conhecida como pornocracia. Ele fora casado com sua irmã, Marósia, que engravidou aos 15 anos. Dessa união nasceu o garoto que viria a ser, aos 20 anos, o Papa João XI. Há registros de que o Papa Sergio III assumiu o poder através de um golpe, que depôs o Papa (clandestino) Cristóvão e o Papa Leão V. Ao ser nomeado pontífice, decretou que ambos os papas deveriam ser mortos.

Não satisfeito, ordenou, depois de alguns anos, que exumassem o corpo de Leão V, limpassem e arrumassem o cadáver. Sergio III, no auge da sua loucura, iria realizar o julgamento do seu inimigo, digo, defunto de inimigo. Evidentemente, o réu fora considerado culpado e teve três dos seus dedos cortados como punição por supostos roubos.

Pelo menos o o Papa Sergio III não condenou-o à pena de morte...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Padre flagrado aos amassos em Miami Beach


Calma! Isso não é uma invasão dos tablóides americanos. Embora não se trate de fatos políticos, um padre garanhão dá muito pano pra manga...

Um dos padres mais populares dos Estados Unidos, Alberto Cutié, de Miami Beach, foi flagrado por paparazzi beijando na boca uma jovem em uma praia. As fotos, publicadas na revista de fofocas "TVNotas USA", mostram o sacerdote com uma mulher, ambos deitados na areia, em várias situações românticas. O padre, nascido em Porto Rico, mas de família cubana, tinha uma forte presença na mídia com um programa na televisão a cabo, uma coluna semanal no jornal "El Nuevo Herald" e um programa na Rádio Paz, a emissora católica da qual era diretor até a explosão do escândalo.

A revista TVNotas USA afirma ainda que, além das fotos, obteve um vídeo no qual o padre aparece "abraçando, beijando e colocando a mão dentro da parte de baixo do biquíni de uma mulher, em uma das praias de Miami". O vídeo não foi divulgado até o momento, mas canais de TV informaram que as imagens foram oferecidas por centenas de milhares de dólares.

O sacerdote disse estar apaixonado pela moça e lamentou por ter ferido o sentimento de seus paroquianos. Embora constrangido, ele afirma não estar arrependido dos seus atos e garantiu que o seu "serviço e a sua dedicação a Deus prosseguirão intactos". Cutié é defensor da vida em casal e critica publicamente o celibato.

A Santa Inquisição, felizmente, não existe mais. Transgressores como o Cutié certamente arderiam em chamas e serviriam de exemplo para os que, por ventura, ousassem deturpar a coerência divina. A postura crítica do padre garanhão, no entanto, ilustra o atual momento de fragilidade da Igreja Católica, que atravessa uma fase de contestações em relação à sua ética em determinados assuntos, como o aborto e o sexo.

Alberto Cutié foi sincero e honroso. Sinceramente, prefiro um padre que deite e role na areia de Miami Beach com sua amante a um pedófilo sem escrúpulos, nojento, capaz de fazer coisas abomináveis às escondidas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Seja mal-vindo!


A visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, nesta quarta (6) foi alvo de manifestações simultâneas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo organizadores, cada uma atraiu cerca de mil pessoas - entre membros da comunidade judaica e da fé bahá'í (perseguida no Irã), evangélicos, homossexuais e grupos de defesa dos direitos humanos e das mulheres. Em São Paulo, os protestos ocorreram na praça Marechal Cordeiro de Farias, perto da avenida Paulista. No Rio, em Ipanema, os manifestantes usaram o mote "senhor presidente, explique ao convidado" e falaram de temas como "direitos humanos", "respeito à mulher" e "liberdade sexual".

Esse tal de Ahmadinejad - acusado de assassinar líder curdo Abdorrahman Qassemlou num apartamento em Viena em 1981 - beira a insanidade mental. É revoltante que um líder político, em pleno século XXI, defenda opinões obsoletas, expondo-as internacionalmente e com a propriedade de quem fala sobre uma verdade absoluta. Ahmadinejad defende que relações homossexuais devem ser punidas com morte e que mulheres devem ser submissas aos ditames masculinos, humilhadas. Como se não bastasse, o infeliz ainda teve a coragem - pra não dizer audácia - de afirmar, na Conferência da ONU Antiracismo, que o holocausto não existiu efetivamente, negando um dos maiores massacres humanos da história, no qual morreram cerca de 6 milhões de judeus. Não são à toa, portanto, as manifestações de protesto contra o dito cujo. De fato, seria um pouco preocupante se houvesse interesse, por parte do presidente Lula, de estabelecer um intercâmbio acerca de questões sociais e políticas com Ahmadinejad. Os interesses, porém, são comerciais. Celso Amorim, diplomata nato, explicou os motivos da visita
do presidente iraniano ao Brasil e argumentou claramente em relação às manifestações: "Não deveria haver [críticas] porque na realidade nós temos relações com o Irã. O Irã é um grande país, que indiscutivelmente tem papel no Oriente Médio e é um parceiro. Não deixamos de dar nossas opiniões, publicamente o fizemos recentemente, de modo que não vejo preocupação. E, se com cada país com que discordamos de alguma coisa, não pudermos aceitar visitante aqui, vai ficar muito difícil, não vamos receber ninguém".

Desconsiderando a falta de credibilidade das falas de Ahmadinejad e sua radicalidade ideológica,
reivindações feitas por ele, acerca dos problemas gerados pelo conflitos entre judeus e palestinos suscitam uma questão delicada a ser discutida: a grave situação dos muçulmanos em meio à conturbada região da Palestina. Apesar de possuir um histórico de conflitos étnico-religiosos, os conflitos no Oriente Médio se agravaram no século XX, principalmente após a criação do Estado de Israel, em 1948, motivado pelo movimento sionista. Desde então, as diferenças e o ódio entre judeus e palestinos se acirraram. Os palestinos odiosos por terem sido expulsos de grande parte do território que ocupavam, tendo que abandonar suas casas e obrigados a se espremer em uma área muito reduzida, totalmente desproporcional em relação ao número de pessoas. Os judeus, por sua vez, cultivam o rancor de terem passado por diversos massacres e perseguições, forçados a se espalhar pelo mundo, amargando a ausência de um território onde pudesse ser fundado um Estado próprio. O grande disparate da situação é o fato de os israelenses contarem com o apoio dos EUA, desfrutando de ajudas militares, políticas e econômicas. Diante disso, os palestinos se encontram encurralados, enquanto Israel coloca em prática - superando as resistências - o seu plano de dominação territorial e expulsão dos muçulmanos da área. Para piorar a situação, os refugiados palestinos são um caso único. Eles não têm a proteção internacional que os demais refugiados recebem do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e já contabilizam-se cerca de 4 milhões de muçulmanos refugiados pelo mundo, principalmente nos países árabes vizinhos. Não satisfeitos com a condição de dominadores da situação no Oriente Médio, os israelenses construíram um muro quilométrico, separando as áreas judaicas e muçulmanas. É o ápice da segregação social.

Os palestinos estão desolados. Encurralados pelos judeus, eles não têm perspectivas de contar com lideranças políticas sólidas e reconhecidas internacionalmente, capazes de discutir diplomaticamente as questões do seu povo e atuar na resolução dos seus problemas sociais. Isso é comprovado pela recente eleição (democrática) do Hamas para governar a Palestina, que foi impedido de exercer o poder por ser considerado muito radical pelas autoridades israelenses - que mandam e desmandam no local. A humanidade insiste em lembrar dos palestinos apenas como fundamentalistas agressivos e mortais. O mundo tem esquecido de observar as questões humanas de todo esse conflito, e deixa-se levar facilmente pelas análises superficiais da mídia, totalmente condizentes com a ideologia americana e omissas em relação às reais condições de vida dos muçulmanos.

E quanto ao pateta iraniano, ele não vem mais na quarta-feira... Alá é grande!